Navegando por Assunto "Cultura popular"
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Item As bibliotecas comunitárias como territórios sócio-políticos : estudo de caso em dois bairros periféricos das cidades de São José dos Campos e Jacareí/SP(2023-03-02) Alves, Cíntia Fabiola Mota; Silva, Fabiana Felix do Amaral e; Maciel, Lidiane Maria; Santos, Moacir José dos; Papali, Maria Aparecida Chaves Ribeiro; São José dos CamposA pesquisa propõe o estudo das bibliotecas comunitárias e o seu papel como espaço cultural, político, educacional e social capaz de contribuir para debater a atuação das bibliotecas públicas, as quais, alinhadas à percepção do conhecimento erudito e letrado e de uma política de cunho assistencialista, promovem ac¸ o~ es deslocadas das realidades dos territo´ rios. As bibliotecas comunitárias estão localizadas em áreas periféricas, onde os serviços prestados pelos equipamentos públicos são escassos ou mesmo inexistentes e, quando eles existem, as ações e projetos ainda estão embasados na dimensão clássica da produção do conhecimento. As bibliotecas comunitárias, juntamente com coletivos de cultura, criam alternativas para produzir cultura, educação e informação baseadas nas dimensões de suas territorialidades, criando ações de r-existência que criticam a forma desigual proposta pelo Estado e ressignificam o território por meio de uma nova organização social, assim contrapondo o perfil de periferia da exclusão vivida pela população local. Neste sentido, o trabalho objetiva analisar as experiências das bibliotecas comunitárias no território em relação à atuação das bibliotecas públicas por meio das políticas e/ou projetos sociais, culturais e educacionais desenvolvidos pelos equipamentos e avaliar como estas ações atendem às necessidades reais da comunidade e como impactam no território. Como recorte de estudo, analisaram-se as bibliotecas públicas e duas experiências de bibliotecas comunitárias das cidades de São José dos Campos e Jacareí, localizadas na Região Metropolitana do Vale do Paraíba. A escolha se deu pela proximidade territorial e as relações intraurbanas das cidades e por poder avaliar as similitudes e diferenças entre as experiências das bibliotecas nas duas localidades. A pesquisa é de natureza qualitativa e as metodologias utilizadas foram: levantamento bibliográfico, cartografia para mapear e localizar as bibliotecas estudadas, entrevista aplicada aos gestores das bibliotecas públicas e comunitárias, sistematização de experiências realizada com gestores e apoiadores das bibliotecas comunitárias e dos coletivos de cultura que trabalham e atuam de modo coletivo. A pesquisa realizada junto aos grupos por fim analisou as experiências e ações desenvolvidas por eles com o intuito de levantar as dimensões culturais e os impactos sociopolíticos no território em que estão inseridas. As reflexões sobre essas experiências comunitárias podem contribuir não só para o campo do planejamento urbano ao refletirem sobre as contrariedades desses territórios periféricos e as suas reais necessidades, bem como promover novos usos, apropriações e percepções que criam novas territorialidades capazes de tencionar a percepção do planejamento urbano convencional e abrir a reflexão no campo das políticas culturais e educacionais ao mostrar quais os alcances e desafios devem ter os equipamentos públicos e, no caso de estudo das bibliotecas, para garantir sua função de promover e garantir o direito à educação e à cultura para todos. Ao sistematizar as experiências e vivências conjuntamente com os grupos envolvidos, demonstrou-se a importância dessas ações para o território e para a comunidade envolvida, pois elas têm promovido: processos contínuos de reflexões sobre as precariedades vivenciadas, espaços de formação sociopolítica e cultural, fomento da cultura periférica, rodas de apoio e solidariedade ativas, entre outras experiências e vivências que têm reescrito as histórias de vida nestas territorialidades.Item As dimensões da modernidade e suas contradições : os melhoramentos urbanos e os discursos contra-hegemônicos presentes na cidade do Rio de Janeiro do início do século XX(2024-04-29) Silva, Fabiana Felix do Amaral e; Maciel, Lidiane Maria; Kobayashi, Elizabete Mayumy; Santos, Moacir José dos; Silva, Marcos Virgilio da; Monção Junior, Roberto Gomes; São José dos CamposNo início do século XX, as mudanças urbanas da cidade do Rio de Janeiro, capital federal da recém-criada República, conduziram a uma transformação cultural em prol de um ideário de modernidade nos significados das experiências. Havia um movimento contraditório impulsionado por políticas de embelezamento da cidade que impuseram uma visão de modernidade por meio de projetos de requalificação urbana na dimensão territorial. A cultura popular foi um elemento significativo para entender os diferentes segmentos sociais que vivenciaram e se adaptaram às transformações da cidade, muitas vezes como um espaço de resistência e mobilização popular. A sociedade carioca vivenciava um dualismo em ação: um ajuste no que tangia à resistência e à resignação que coexistiam simultaneamente a partir da estratificação social do espaço urbano da cidade do Rio de Janeiro, espaço em que a classe dominante procurava impor um novo padrão de vida, cultura e comportamentos considerados modernos e universais. A tese teve como objetivo identificar, neste processo, como a cultura se manifestou em um espaço de disputa e de garantia de uma hegemonia, mas que, no entanto, existiu o debate sobre a relação entre hegemonia e consenso. Objetivou refletir como as transformações urbanas promovidas pelo plano de remodelação da cidade do Rio de Janeiro no início do século XX afetaram as práticas culturais da população local, por meio de pautas educativas impostas pelos circuitos dominantes da cidade, e como isso se relacionou com o ideal de modernidade imposto pela gestão administrativa da cidade. Neste percurso teórico-analítico, objetivou analisar os discursos contra-hegemônicos e refletir acerca do processo de embelezamento urbano e do embranquecimento cultural, com o foco no aparecimento do samba carioca. Esta pesquisa pautou-se metodologicamente por meio de uma revisão bibliográfica, exploratória, qualitativa, apoiando-se na Análise do Discurso de Michel Pêcheux como subsídio teórico e analítico de interpretação dos dados, fundamentando-se nos conceitos de Henri Lefebvre acerca da produção do espaço e da concepção de cultura de Stuart Hall enquanto base teórica de apoio para este percurso teórico-analítico. Nessa perspectiva, levando-se em conta o recorte temporal da primeira república do Brasil, 1889 até 1930. A cultura popular aqui cotejada – a partir de excertos de revistas da época, dos viajantes estrangeiros, do samba recém-criado e da obra de três moradores da cidade, Lima Barreto, João do Rio e Benjamim Costallat– inscreveu-se algumas vezes como espaços de resistência, perfazendo em suas narrativas, discursos contra-hegemônicos, que se afastaram da modernidade que se buscava legitimar. A pesquisa revelou gradualmente como as práticas autoritárias e segregadoras contribuíram para a construção de uma visão dicotômica da cidade, dividida entre ricos e pobres, onde a ideia de uma cidade "branca", conforme descrita por Costallat, foi se consolidando. Isso resultou em uma sociedade que, em nome do desenvolvimento desigual, descartava seus cidadãos, sua história e as marcas coloniais, promovendo um embranquecimento cultural e civilizatório que suprimia as tradições locais e históricas. O samba, recém-criado, foi um instrumento fundamental para essa diáspora cultural, originando-se na Pequena África, no coração do Rio de Janeiro, e expandindo-se por toda a cidade. Essa manifestação cultural conectou o passado, o presente e o futuro, representando um elo entre diferentes períodos e realidades sociais.Item Nordeste, “nordestes”(2021-12-13) Pinto, Jéssica Monteiro; Morais, Tawany Itala Pereira de; São José dos CamposEsta pesquisa explora parâmetros que compreendem processos de desenvolvimento e transformações culturais, a partir de elementos históricos aos quais originaram significados simbólicos incorporados ao longo do trabalho. Em síntese, no primeiro capítulo é feito um estudo diacrônico sobre a unidade regional e aspectos geográficos. Recorrendo a uma análise bibliográfica sobre os nordestes, realizou-se um estudo sobre a variedade linguística que sustenta a heterogeneidade da formação cultural brasileira. No segundo capítulo, foi realizada uma breve discussão sobre a visão implantada no imaginário social, além de aprofundar o entendimento das manifestações populares, bem como a culinária, sob um olhar de importância simbólica para a representação da força cultural nordestina. Assim, intenta-se demonstrar que a cultura nordestina sempre contou com uma linguagem própria, que por motivo do imaginário estagnado sob a tríade refletida na condição humana da região - Nordeste/ seca/ migração-, não foi reconhecida em sua diversidade e encantamento. No último capítulo, é feita uma descrição sobre a proposta de exposição “Nordeste, ‘nordestes’”, baseada no processo criativo de ilustrar os imaginários que se têm acerca do Nordeste e que questiona a relação entre o espaço — material e metafórico — e o nordestino.