Tuberculose, estigma e memória : lembranças de um passado recente

O presente trabalho discorre sobre como a tuberculose assumiu um papel estigmatizante na memória social durante período sanatorial e nos anos seguintes, baseado no estudo das cidades de São José dos Campos e Campos do Jordão. Ressalta-se a importância do resgate desta memória para um entendimento mais amplo das transformações sociais que moldaram os municípios estudados, gerando mudanças que reverberaram até os dias de hoje na fala e ações da sociedade, que através de um movimento político para benefício de planos governamentais, apagou se da mentalidade coletiva a fase dos sanatórios. Em ambas as cidades este processo é visto na memória e no conceito do que era e é a tuberculose para a comunidade e também é visto no território, onde as ações reverberam até mesmo no espaço físico, com a exclusão dos doentes, que são vistos como inaptos ao convívio social, evidenciando um estigma que se estendeu até os dias atuais. Esse estigma usado como instrumento de poder, também evidencia práticas políticas usadas na atualidade e que demonstram uma falta de atuação das autoridades no controle e combate da doença.