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    Dengue e saneamento ambiental no litoral norte paulista: quando a orla marítima (in)visibiliza desigualdades urbanas
    (2020-02-27) Gomes, Cilene; Costa, Sandra Maria Fonseca da; Zanetti, Valéria; Johansen, Igor Cavallini; Santos, Micael Henrique da Silva; Maciel, Lidiane Maria; São José dos Campos
    Dentre as adversidades oriundas do célere e desordenado processo de urbanização no Brasil destacam-se os problemas de saúde pública. Um exemplo clássico de doença proveniente da falta de planejamento nas cidades é a Dengue, sobretudo em região litorânea, que recebe grande afluxo de turistas em altas temporadas, resultando em grande acréscimo de descarte de resíduos sólidos. Guardadas as devidas proporções de mudanças históricas entre o século XIX e o século XXI, em muitos contextos, principalmente em países subdesenvolvidos e em boa parte das cidades, em razão de sua formação desigual, pode-se observar, analogamente, a insolvência do saneamento ambiental, um problema básico que afeta a dignidade mínima da vida social na cidade. Tendo em vista essa insuficiência estrutural, o presente estudo buscou investigar se a ausência ou deficiência de saneamento ambiental foi um fator que contribuiu para o aumento da incidência de dengue no Litoral Norte Paulista entre 2002 e 2017. Trata-se de um estudo hipotético-dedutivo; descritivo e comparativo e de abordagem quanti-qualitativa. Baseia-se em dados secundários do DATASUS, IBGE, Ministério da Saúde e SEADE, e produz novos dados a partir de observação direta e entrevistas. Os resultados desta pesquisa convergem para o nível de relação entre os elevados índices de Dengue e as condições de saneamento na sub-região litorânea e, em específico, nos municípios de Ilhabela e Caraguatatuba, e apontam outros fatores que possivelmente corroboram para as epidemias. Alguns aspectos conclusivos asseveram a segregação socioespacial existente no Litoral Norte Paulista, bem como os baixos investimentos em saneamento contrapostos aos investimentos preferenciais no turismo. Chamam atenção, ainda, para as tentativas frustradas da Saúde Pública no combate ao vetor, em razão da insuficiência de ações conjugadas do poder público para sanar os problemas do saneamento ambiental e de outras condições socioespaciais deficitárias (a ele integradas), o que o posiciona na contramão da própria Política de Saúde e da saúde das populações envolvidas.
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    Rede de atenção à saúde no Vale do Paraíba e Litoral Norte Paulista: desafios para o alcance da equidade
    (Universidade do Vale do Paraíba) Santos, Micael Henrique da Silva; Gomes, Cilene; Marques, Vitor Shinji Enomoto; Silva, Fábio Augusto Pires da
    Considerando o conceito ampliado de saúde e a possibilidade de diálogos interdisciplinares, o Vale do Paraíba e Litoral Norte Paulista tornou-se objeto de investigação a partir de uma análise da distribuição geográfica de profissionais e estabelecimentos de saúde, com o propósito de examinar sua Rede de Atenção à Saúde, a fim de identificar possível desequilíbrio na organização da rede urbana quanto à distribuição dos serviços de saúde e trazer raciocínios e novas suposições para uma discussão preliminar na perspectiva de um planejamento integrado. A metodologia utilizada combinou pesquisa bibliográfica e histórica com análise quantitativa baseada em levantamento de dados estatísticos em fontes como IBGE, RAIS, DATASUS e SEADE. Devido às limitações, os resultados não foram suficientes para afirmar se há um desequilíbrio regional na rede de atenção à saúde. Possíveis linhas de desenvolvimento de pesquisa foram identificadas, e os dados analisados permitem concluir que há uma reprodução histórica de desigualdades socioterritoriais.
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    Desigualdades socioespaciais e o desenvolvimento em debate: análises da conjuntura pandêmica e planejamento regional socialmente construído
    (Universidade Tecnológica Federal do Paraná) Andrade, Daniel José de; Gomes, Cilene; Santos, Micael Henrique da Silva
    Os primeiros sinais da pandemia da COVID-19 tiveram início na China no final de 2019, e os registros da doença no Brasil no início de 2020, tornando-se a mais grave questão sanitária da humanidade. De proporções similares ao restante do país, na Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte, a rápida progressão de casos confirmados e óbitos registrados mostrou alterações na estrutura socioeconômica regional. Com a utilização de boletins, buscou-se mapear a evolução quantitativa da primeira onda nos 39 municípios da região. Foram também observadas outras condições socioespacias desiguais ligadas à saúde intrarregional, a exemplo da distribuição e busca de leitos de UTI, um parâmetro essencial no enfrentamento da pandemia. Procurou-se correlacionar a esta análise a discussão teórica sobre a desigualdade socioeconômica, escancarada pela pandemia, salientando a importância de programas de transferência de renda e analisando dados sobre o Bolsa Família e Auxílio Emergencial. Nas considerações finais, tais análises conjunturais foram cotejadas à questão do desenvolvimento regional e seu planejamento, tal como referenciado pelo quadro normativo de regiões metropolitanas, em vista da elaboração de novas bases teóricas para enfrentamento de realidades complexas e apoio ao debate social sobre ações pactuadas em âmbito interfederativo e societário.
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    Multicausalidade da dengue no Litoral Norte Paulista: olhando o território e ouvindo quem nele mora
    (Universidade Estadual de Ponta Grossa) Santos, Micael Henrique da Silva; Gomes, Cilene; Maciel, Lidiane Maria; Lima, Viviana Mendes
    Este artigo resulta de um estudo mais amplo sobre a dengue no Litoral Norte Paulista, região cujo processo de urbanização e desigualdade no acesso à habitação e aos serviços urbanos, como o saneamento, desencadeou o surgimento e o retorno de diversas doenças. As categorias espaço geográfico e psicosfera de Milton Santos são utilizadas para contextualizar o processo saúde-doença e a forma como os indivíduos veem o cotidiano. O objetivo é explicitar a visão dos moradores do Litoral Norte Paulista, que contraíram dengue entre os anos de 2002 e 2017, sobre a doença em seus espaços de vida. Trata-se de pesquisa quanti-qualitativa amparada em dados do Ministério da Saúde, IBGE e informações obtidas em entrevistas, com aplicação do método de saturação e de análise de conteúdo. Traz como resultados a visão dos participantes sobre o processo de adoecimento e tratamento da dengue. Como conclusão destaca a importância de se olhar não somente para o estado clínico, mas para o espaço de vida, uma vez que as raízes dos principais problemas de saúde pública no Brasil são profundas e assentadas em condições de nossa formação social desigual.
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    Movimentos Antivacina: dilema social e contrapontos da história
    (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) Gomes, Cilene; Santos, Micael Henrique da Silva; Zanetti, Valéria Regina; Costa, Aline Cristina Gomes da; Domingos, Bianca Siqueira Martins
    Este artigo propõe uma análise sobre os movimentos antivacinas no contexto atual brasileiro de pandemia da COVID-19, realizando um contraponto histórico com a Revolta da Vacina, ocorrida em 1904, na cidade do Rio de Janeiro, a fim de ressaltar o dilema social contido nas distopias da comunicação entre estado e sociedade no Brasil, bem como o lugar da ciência e dos meios de comunicação de massa no contexto geral das relações entre política e saúde pública. Para tanto, foi realizada uma pesquisa bibliográfica sobre a Revolta da Vacina e um estudo netnográfico nas redes sociais Twitter, Instagram e Facebook, com base em pesquisa de palavras-chave por algoritmos vinculados às hashtags sobre o período pandêmico de COVID-19, no decorrer do ano de 2020.