Representação do espaço por meio da narrativa: epistemologias da linguagem e do saber urbano

Esta pesquisa propõe uma experiência interdisciplinar para análise e compreensão das dinâmicas de transformação do espaço urbano. Pretende-se estabelecer uma aproximação do campo técnico com o simbólico para considerar e inserir o público leigo nas discussões pertinentes à área do Planejamento Urbano e Regional e sensibilizar o meio técnico e científico para questões das subjetividades sociais e urbanas. Nesse sentido, a cidade será encarada como um texto, que pode ser pensado, escrito e interpretado de diversas maneiras por diferentes sujeitos e autores sociais. Dessa forma, os conceitos sobre espaço aqui tratados variam de acordo com as experiências cotidianas e memória coletiva de cada indivíduo ou grupo de indivíduos em seu contexto socioespacial. O estudo é apresentado em dois tomos. O Tomo 1 considera uma proposta epistêmica e metodológica para interpretação do texto da cidade a partir da dialética entre as teorias da representação do espaço de Henri Lefebvre e a hermenêutica de Paul Ricoeur. Delineia-se uma reflexão sobre o “novo concebido”, que considera as astúcias cotidianas como elementos estruturadores na construção de espaços de forma contra hegemônica e decolonial. OTomo 2, propõe uma experiência de leitura a partir do ensaio para narrativa literária autoral, que se constitui pelas experiências de um personagem fictício, de nacionalidade francesa, representado pela figura do flâneur de Walter Benjamin, cujas histórias têm base na verossimilhança histórica, documental e iconográfica, a fim de provocar questionamentos para a discussão de temas que discorrerem sobre as relações entre paisagem e identidade na constituição de cidades do “Velho Mundo” e do “Novo Mundo” durante a segunda metade do século XIX.