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Item Planejamento urbano, campo intelectual e sistema simbólico: a vida no Banhado, cartão postal de São José dos Campos, SP (1937-2016)(2020-04-24) Vianna, Paula Vilhena Carnevale; Silva, Fabiana Felix do Amaral e; Santos, Ademir Pereira; Fantin, Marcel; Silva, Douglas de Almeida; Zanetti, Valéria; São José dos CamposNesta tese, o planejamento urbano foi estudado a partir dos campos de disputa, como definido por Pierre Bourdieu. O objeto de estudo, a Área de Proteção Ambiental do Banhado, instituída por Lei Estadual em 2002, situa-se na região central de São José dos Campos-SP, cidade de grande porte do interior paulista e sede da Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte. A paisagem socioambiental abriga uma comunidade que a habita há cerca de 100 anos, os moradores do Jardim Nova Esperança. Esta pesquisa tem como objetivo analisar, de uma perspectiva histórica e sociológica, o planejamento urbano como campo intelectual e sistema simbólico, bem comoa repercussão das políticas de planejamento urbano sobre uma comunidade em situação de vulnerabilidade socioambiental. Por meio de um estudo de caso, investigou o poder simbólico contido nos discursos de proposições urbanas e ambientais dirigidas a essa área geográfica singular, e à população que a habita. O discurso técnico dos planejadores urbanos foi analisado nos planos de intervenção elaborados entre os anos de 1937 e 2016. O discurso do senso comum foi analisado a partir da produção da mídia e de entrevistas com moradores do Jardim Nova Esperança, compreendidos como formas propositivas de resistência. A triangulação de métodos combinou pesquisa documental, entrevistas semiestruturadas e observação participante. Os materiais foram analisadostendo como eixo o método de análise de conteúdo, a partir das contribuições de Eugene Bardin, orientada pelas três dimensões do espaço, em Henri Lefebvre: espaço percebido, concebido e vivido. Os resultados mostram, historicamente, o predomínio duma visãonatural harmônica nas propostas técnicas de intervenção para a área do Banhado, conformando um habitus no campo de planejamento urbano que orienta a tomada de posição dos agentes e grupos hegemônicos em torno de uma concepção ocidental de modernidade, sustentada na dissociação entre natureza e cultura, que desconsidera e oculta o aspecto de território de vida das pessoas que habitam a paisagem. A resistência, no entanto, é também histórica, se renova em cada geração de moradores, e, influenciada pelo ideário de cada época, possibilita a construção de redes que revelam, nacidade da paisagem naturalizada e da técnica reificada, as possibilidades de vida nos territórios híbridos do Jardim Nova Esperança.Item Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e estruturação urbana: um estudo sobre investimentos na dinâmica urbana de São José dos Campos – SP(Universidade do Contestado) Silva, Douglas de Almeida; Vianna, Paula Vilhena Carnevale; Toniolo, Maria Angélica; Zanetti, Valéria ReginaEste artigo explora os discursos e ações do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e do governo municipal de São José dos Campos na implementação de dois programas de desenvolvimento urbano e habitacional financiados pelo BID: Programa Habitar Brasil BID (HBB), entre 1999 a 2009 e Programa de Estruturação Urbana de São José dos Campos (PEUSJC), de 2008 até o presente. Observou-se que, contrariando a orientação social dessas instituições, tais programas foram pautados pela remoção de favelas do perímetro urbano da cidade e não pelo atendimento a comunidades em situação de vulnerabilidade socioespacial. Parcela significativa do financiamento internacional foi alocado em projetos de infraestrutura e modernização administrativa, operados por ações tanto coercitivas como consensuais, que fortaleceram uma certa visão hegemônica de cidade.