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    Geografia da radiodifusão: radiocidadania como prática de resistência à plataformização do território comunicacional
    (2025-02-26) Gomes, Cilene; Costa, Sandra Maria Fonseca da; Souza, Adriane Aparecida Moreira de; Galvão Júnior, Lourival da Cruz; Santos, Ademir Pereira dos; Toledo, André Luiz de; São José dos Campos
    Esta tese analisa a desconstrução tecnossocial da radiodifusão pública brasileira e seus impactos na segregação socioespacial devido ao isolamento de ouvintes, problemática que emerge das transformações históricas no setor de telecomunicações, onde o Estado transita de provedor de serviços (desde o período do regime militar) para agente regulador, no contexto da globalização e neoliberalização. O trabalho parte da hipótese de que as tendências regulatórias de difusão de tecnologias hegemônicas e o investimento em transmissões digitais impactam tanto as transmissões de longo alcance (Ondas Curtas e Médias) quanto o alcance geográfico das emissoras. Esse processo – marcado pelo desligamento de transmissores analógicos e pela migração AM-FM, aliado às restrições à radiodifusão comunitária – exclui ouvintes desprovidos de receptores com a nova tecnologia. Metodologicamente, o estudo combina: (1) a radioescuta ativa da Rádio Nacional da Amazônia e de redes comunitárias, com registro sistemático de interações e barreiras técnicas; (2) a cartografia crítica baseada em metadados geoespaciais do catálogo da INDE, cruzando a distribuição territorial das emissoras com indicadores socioeconômicos para identificar vazios de cobertura; e (3) o mapeamento de redes de rádio e ouvintes através de participação em transmissões ao vivo da EBC e entrevistados da Rede Abraço, revelando estratégias de resistência. Os resultados demonstram como essas transformações tecnológicas e normativas reconfiguram radicalmente o espaço geográfico e comunicacional, depreciando o valor social do rádio e criando formas de exclusão, ao mesmo tempo que estimulam contra-racionalidades no exercício da radiocidadania por parte de movimentos sociais em defesa da comunicação pública e popular.
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    Aí a gente vai povoando: gênero, sexualidade e lazer em São José dos Campos - SP
    (2025-02-28) Aquino, Luiz Carlos Andrade de; Maciel, Lidiane Maria; Schult, Sandra Irene Momm; Aranha, Adha Nirvana Cabral; Papali, Maria Aparecida Chaves Ribeiro; São José dos Campos
    A pesquisa tem por objeto a relação entre gênero, sexualidade e lazer na cidade de São José dos Campos (SP) a partir da ênfase de análise nos espaços de lazer frequentados por pessoas LGBTQIA+. Deste modo, como objetivo geral da pesquisa, buscamos compreender como estes espaços de lazer tensionam a experiência do direito à cidade. Nossos objetivos específicos buscam relacionar e analisar as perspectivas LGBTQIA+ a respeito de suas experiências com o lazer na cidade analisada, avançar aos debates teóricos produzidos no campo do planejamento urbano, acrescentando as dimensões de gênero e sexualidade através do viés do lazer, bem como apontar quais são as estratégias de ocupação da cidade e os desafios enfrentados pela comunidade LGBTQIA+ no acesso à cidade. Partimos do conceito lançado por Henri Lefebvre, atualizando suas discussões com autores que abordam gênero e sexualidade, tais como Judith Butler, Renan Quinalha e Joyce Berth para abordar as experiências a partir do contexto brasileiro. Nossa hipótese é de que os espaços de lazer frequentados pela população LGBTQIA+ elaboram novas possibilidades de existência nas cidades para estes sujeitos, estabelecendo conexões de sociabilidade, bem como desestabilizam a ocupação do território cisheterocentrado. Para isto, utilizamos a cartografia em Deleuze e Guattari enquanto metodologia da pesquisa qualitativa, criando um mapa do centro da cidade de espaços que existiram entre 1988 e 2023. Ademais, foram realizadas cinco entrevistas com pessoas que se reivindicam LGBTQIA+ (sendo duas mulheres lésbicas, uma mulher pansexual, uma pessoa queer e uma pessoa não binárie) para suplementar as abordagens e discussões teóricas. Constatamos que a experiência do lazer destes sujeitos ainda é frequentemente restrita a bares e boates; o sentimento de medo e insegurança aparece com frequência nas narrativas destes atores sociais quanto às suas experiências urbanas; o lazer atua como espaço de resistência e fortalecimento identitário, bem como carrega uma dimensão política e social que se inscreve no contexto urbano joseense.