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Navegando Tese-PPGPLUR por Autor "Brondizio, Eduardo Sonnewend"
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Item O singular do urbano na Amazônia: a dinâmica econômica e as transformações espaciais das cidades de maré do salgado Paraense(2025-02-27) Costa, Sandra Maria Fonseca da; Lima, Viviana Mendes; Gomes, Cilene; Amaral, Márcio Douglas Brito; Santos, Karina Pimentel dos; Brondizio, Eduardo Sonnewend; São José dos CamposO processo de ocupação da Amazônia sempre esteve ligado aos interesses estratégicos de desenvolvimento, seja pelo viés de ocupação, proteção do território ou exploração econômica. A partir desses diferentes processos, o desenvolvimento do espaço urbano na região ocorreu de modo particular em relação a outras regiões do Brasil, mas em diferentes aspectos, o que resultou numa urbanodiversidade (Trindade Jr., 2010). Um exemplo dessas particularidades foi a trajetória de ocupação do litoral paraense, que, a partir do século XVII, passou por diversas etapas até surgir um conjunto de cidades que ficaram conhecidas como região do Salgado (Égler, 1961). Sob influências estruturais e econômicas, essas cidades tiveram maior integração com a dinâmica regional após década de 1960, gerando expressivas mudanças em seus centros urbanos. Em busca de tentar entender a realidade dessas cidades de maré, esta tese tem como objetivo compreender de que modo a transição dos setores econômicos influenciou o crescimento urbano e a configuração socioambiental das pequenas cidades do Salgado Paraense. A pesquisa pretende dar visibilidade a essas localidades, destacando sua dinâmica a partir da trajetória econômica, que em grande parte esteve ligada diretamente ao mar, incluindo atividades como a pesca e o turismo de veraneio, especificamente a partir das cidades de Curuçá, Marapanim e Salinópolis, e identificar quais foram as mudanças com relação ao destaque dessas atividades em cada setor, do primário para o terciário. A metodologia adotada seguiu algumas etapas: revisão bibliográfica (que abordou as temáticas relevantes para a construção deste trabalho); levantamento de dados históricos; dados secundários (IBGE, FAPESPA, RAIS, dos Ministério de Turismo e Pesca etc.); dados primários (a partir das entrevistas realizadas); mapeamentos (do crescimento das áreas urbanas de 1984, 2000, 2014 e 2022, da densidade desse crescimento urbano, da concentração de segundas residências, e do avanço da malha urbana nas áreas de mangue e Resex) e a realização das análises sociais e ambientais dessas três cidades. Os resultados demonstraram que as relações econômicas dessas cidades estiveram fortemente ligadas ao mar, seja pelo turismo ou pela pesca. Contudo, foram as atividades turísticas que sobressaíram nesses centros, contribuindo diretamente para o crescimento urbano dessas cidades. Portanto, o turismo foi um grande modelador do espaço urbano das cidades de maré. Processos como a concentração de segundas residências e o intenso avanço do mercado imobiliário e das grandes redes de hotelaria, em algumas cidades, contribuíram para a urbanização desses centros. Em contrapartida, esse crescimento também potencializou os impactos socioambientais. Evidenciam -se dois pontos principais: o primeiro foi a tendência do turismo de veraneio em produzir um espaço mais fragmentado e desigual, guiado pelos agentes do capital privado, reforçando a segregação espacial entre os turistas e os moradores locais. A outra consequência diz respeito ao crescimento sem planejamento adequado, especialmente em relação às áreas de mangue e de proteção ambiental, que foram afetadas por esse processo. Com isso, a dinâmica urbana das cidades de maré, como Curuçá, Marapanim e Salinópolis, apresenta elementos semelhantes, como atividades econômicas e culturais, mas também revela processos particulares, que reforçam as singularidades desses centros.Item Pequenas cidades do delta do Rio Amazonas: caracterização e tipologias urbanas(2020-05-26) Costa, Sandra Maria Fonseca da; Gomes, Cilene; Tourinho, Helena Lucia Zagury; Brondizio, Eduardo Sonnewend; Carmo, Monique Bruna Silva do; Souza, Adriane Aparecida Moreira de; São José dos CamposA intensificação do processo de urbanização nas cidades da Amazônia, nas últimas quatro décadas, resultou em transformações espaciais e sociais. Este processo, que incorporou áreas distantes, foi responsável por reestruturar essas cidades, a partir de um conjunto de ações do governo federal. As cidades da Amazônia são, predominantemente, pequenos aglomerados urbanos e possuem fraca infraestrutura e uma economia fortemente dependente de recursos públicos e da floresta. Apesar das cidades parecerem homogêneas, são bem distintos e com características próprias e que devem ser particularizados por meio de sua configuração espacial, pois elas possuem dinâmicas econômicas e sociais próprias. Neste sentido, o objetivo principal dessa tese foi caracterizar e analisar a "urbanodiversidade" da Região do Delta do rio Amazonas, avaliando as transformações socioespaciais, ocorridas entre 1974 e 2015, de modo particular, a compreensão da importância das pequenas cidades na rede urbana local, para assim propor tipologias que captem a urbanodiversidade das pequenas cidades do Delta do rio Amazonas. Para o desenvolvimento dessa tese, foram utilizados. O método de pesquisa qualiquantitativo foi utilizado no desenvolvimento da pesquisa (método misto), que permitiu fazer uma interpretação das pequenas cidades da Amazônia a partir da particularidade da urbanização da região, considerando a totalidade do fenômeno urbano e o que dá origem às diferentes tipologias de pequenas cidades do Delta do rio Amazonas. Os dados quantitativos, adotados para a proposição tipológica e para compreender a rede urbana na região, foram estabelecidos a partir das variáveis de relações intraurbanas, informações sociais, mobilidade pendular, setor empregatício predominante e infraestrutura urbana, permitindo compreender as características das cidades e a sua importância no contexto regional. Os dados foram estruturados e trabalhados a partir do método estatístico PCA (Principal Component Analysis) e k-means clustering. Análise complementar da forma e padrão das pequenas cidades com o método de análise axial, nos permitiu compreender a configuração espacial e como a expansão urbana, a partir da inserção de novos arruamentos, resultou na reestruturação do espaço urbano das pequenas cidades. Observou-se que as tipologias elaboradas para as cidades brasileiras não captam a importância das pequenas cidades e entender. A partir dos dados a funcionalidade da rede urbana entre as pequenas cidades foram propostas quatro tipologias de para os diferentes urbanos das pequenas cidades do delta do Rio Amazonas. Tipologia I: Pequenas Cidades com relevância de Serviços Urbanos, Tipologia II: Pequenas Cidades com dinamismo de mobilidade pendular, Tipologia III: Cidades muito Pequenas com Setores de serviços Diferenciados, Tipologia IV: Cidades Pequenas com Predominância de atividades rurais (setor de serviços) e pouco oferta de serviços básicos. O estudo de caso possibilitou realizar o levantamento de informações referentes ao perfil da população das cidades amostrais de cada tipologia estabelecida: Afuá (Tipologia I), Mazagão (Tipologia II), Ponta de Pedras(Tipologia III) e Soure (Tipologia IV). A região do delta do Rio Amazonas passou por transformações que influenciaram diretamente na reestruturação dos centros urbanos da região e que também foi responsável pela concentração de serviços e infraestrutura urbana nos grandes centros, mudanças essas que se estendem até os dias hoje. A floresta urbanizada agrega especificidades, além do paradoxo entre os diferentes urbanos que diante de toda a dinâmica econômica e espacial, afirmam o seu papel com uma estruturaprodutiva de mercado, sem ruptura com o antigo urbano ou com as antigas formas de organização social e espacial. Quando o poder público nega a existência da urbanodiversidade das pequenas cidades, também nega a natureza do espaço local e, assim, buscam inserir modelos urbanos pré-existentes em realidades completamente distintas e com inúmeros problemas de infraestrutura urbana.