As dimensões da modernidade e suas contradições : os melhoramentos urbanos e os discursos contra-hegemônicos presentes na cidade do Rio de Janeiro do início do século XX

dc.contributor.advisorSilva, Fabiana Felix do Amaral e
dc.contributor.authorMonção Junior, Roberto Gomes
dc.contributor.event2São José dos Campos
dc.contributor.refereeMaciel, Lidiane Maria
dc.contributor.refereeKobayashi, Elizabete Mayumy
dc.contributor.refereeSantos, Moacir José dos
dc.contributor.refereeSilva, Marcos Virgilio da
dc.date.accessioned2024-07-17T12:44:46Z
dc.date.available2024-07-17T12:44:46Z
dc.date.issued2024-04-29
dc.description.abstractNo início do século XX, as mudanças urbanas da cidade do Rio de Janeiro, capital federal da recém-criada República, conduziram a uma transformação cultural em prol de um ideário de modernidade nos significados das experiências. Havia um movimento contraditório impulsionado por políticas de embelezamento da cidade que impuseram uma visão de modernidade por meio de projetos de requalificação urbana na dimensão territorial. A cultura popular foi um elemento significativo para entender os diferentes segmentos sociais que vivenciaram e se adaptaram às transformações da cidade, muitas vezes como um espaço de resistência e mobilização popular. A sociedade carioca vivenciava um dualismo em ação: um ajuste no que tangia à resistência e à resignação que coexistiam simultaneamente a partir da estratificação social do espaço urbano da cidade do Rio de Janeiro, espaço em que a classe dominante procurava impor um novo padrão de vida, cultura e comportamentos considerados modernos e universais. A tese teve como objetivo identificar, neste processo, como a cultura se manifestou em um espaço de disputa e de garantia de uma hegemonia, mas que, no entanto, existiu o debate sobre a relação entre hegemonia e consenso. Objetivou refletir como as transformações urbanas promovidas pelo plano de remodelação da cidade do Rio de Janeiro no início do século XX afetaram as práticas culturais da população local, por meio de pautas educativas impostas pelos circuitos dominantes da cidade, e como isso se relacionou com o ideal de modernidade imposto pela gestão administrativa da cidade. Neste percurso teórico-analítico, objetivou analisar os discursos contra-hegemônicos e refletir acerca do processo de embelezamento urbano e do embranquecimento cultural, com o foco no aparecimento do samba carioca. Esta pesquisa pautou-se metodologicamente por meio de uma revisão bibliográfica, exploratória, qualitativa, apoiando-se na Análise do Discurso de Michel Pêcheux como subsídio teórico e analítico de interpretação dos dados, fundamentando-se nos conceitos de Henri Lefebvre acerca da produção do espaço e da concepção de cultura de Stuart Hall enquanto base teórica de apoio para este percurso teórico-analítico. Nessa perspectiva, levando-se em conta o recorte temporal da primeira república do Brasil, 1889 até 1930. A cultura popular aqui cotejada – a partir de excertos de revistas da época, dos viajantes estrangeiros, do samba recém-criado e da obra de três moradores da cidade, Lima Barreto, João do Rio e Benjamim Costallat– inscreveu-se algumas vezes como espaços de resistência, perfazendo em suas narrativas, discursos contra-hegemônicos, que se afastaram da modernidade que se buscava legitimar. A pesquisa revelou gradualmente como as práticas autoritárias e segregadoras contribuíram para a construção de uma visão dicotômica da cidade, dividida entre ricos e pobres, onde a ideia de uma cidade "branca", conforme descrita por Costallat, foi se consolidando. Isso resultou em uma sociedade que, em nome do desenvolvimento desigual, descartava seus cidadãos, sua história e as marcas coloniais, promovendo um embranquecimento cultural e civilizatório que suprimia as tradições locais e históricas. O samba, recém-criado, foi um instrumento fundamental para essa diáspora cultural, originando-se na Pequena África, no coração do Rio de Janeiro, e expandindo-se por toda a cidade. Essa manifestação cultural conectou o passado, o presente e o futuro, representando um elo entre diferentes períodos e realidades sociais.
dc.description.abstract2At the beginning of the 20th century, urban changes in the city of Rio de Janeiro, the federal capital of the newly created Republic, led to a cultural transformation in favors of an ideology of modernity in the meanings of experiences. There was a contradictory movement driven by city beautification policies that imposed a vision of modernity through urban requalification projects in the territorial dimension. Popular culture was a significant element in understanding the different social segments that experienced and adapted to the city's transformations, often as a space for resistance and popular mobilization. Rio de Janeiro society was experiencing a dualism in action: an adjustment in terms of resistance and resignation that coexisted simultaneously based on the social stratification of the urban space of the city of Rio de Janeiro, a space in which the ruling class sought to impose a new standard of living, culture and behavior that was considered modern and universal, although these territorial conflicts of a social order did not occur naturally, but through a process of cultural whitening. In this process, the thesis aimed to identify how culture manifested itself in a space of dispute and guarantee of hegemony, but which nonetheless included a debate on the relationship between hegemony and consensus. The aim was to reflect on how the urban transformations promoted by Rio de Janeiro's city remodeling plan at the beginning of the 20th century affected the cultural practices of the local population, through educational guidelines imposed by the city's dominant circuits, and how this related to the ideal of modernity imposed by the city's administrative management. In this theoretical-analytical approach, the aim was to analyses the counter-hegemonic discourses and reflect on the process of urban beautification and cultural whitening, with a focus on the emergence of samba carioca. This research was methodologically based on a bibliographical, exploratory and qualitative review, relying on Michel Pêcheux's Discourse Analysis as a theoretical and analytical support for interpreting the data, based on Henri Lefebvre's concepts about the production of space and Stuart Hall's conception of culture as a theoretical support for this theoretical-analytical path. From this perspective, taking into account the time frame of Brazil's first republic, 1889 to 1930, the popular culture discussed here - based on excerpts from magazines of the time, foreign travelers, the newly created samba and the work of three residents of the city, Lima Barreto, João do Rio and Benjamim Costallat - was sometimes inscribed as spaces of resistance, making up counter-hegemonic discourses in their narratives, which distanced themselves from the representation of modernity that they sought to make official. The research gradually revealed how authoritarian and segregating practices contributed to the construction of a dichotomous vision of the city, divided between rich and poor, where the idea of a "white" city, as described by Costallat, was consolidated. This resulted in a society that, in the name of unequal development, discarded its citizens, its history and colonial marks, promoting a cultural and civilizing whitening that suppressed local and historical traditions. The newly created samba was a fundamental instrument for this cultural diaspora, originating in Little Africa, in the heart of Rio de Janeiro, and spreading throughout the city. This cultural manifestation connected the past, the present and the future, representing a link between different periods and social realities.
dc.description.physical147 f.
dc.format.gradesBolsista instituional FVE
dc.format.mimetypepdf
dc.identifier.affiliationUniversidade do Vale do Paraíba
dc.identifier.affiliationUniversidade do Vale do Paraíba
dc.identifier.affiliationUnitau
dc.identifier.affiliationCentro Universitário Belas Artes de São Paulo
dc.identifier.bibliographicCitation2MONÇÃO JUNIOR, Roberto Gomes. As dimensões da modernidade e suas contradições: os melhoramentos urbanos e os discursos contra-hegemônicos presentes na cidade do Rio de Janeiro do início do século XX. São José dos Campos, SP, 2024. 147 f.; PDF Tese (Doutorado em Planejamento Urbano e Regional) - Universidade do Vale do Paraíba, Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento, São José dos Campos, 2024.
dc.identifier.urihttps://repositorio.univap.br/handle/123456789/398
dc.language.isopt_BR
dc.publisher.countryBrasil
dc.publisher.initialsUnivap
dc.publisher.institutionUniversidade do Vale do Paraíba
dc.publisher.programDoutorado em Planejamento Urbano e Regional
dc.publisher.spatialSão José dos Campos
dc.subject.keywordPlanejamento urbano
dc.subject.keywordRio de Janeiro (RJ) -- início do século XX
dc.subject.keywordCultura popular
dc.subject.keywordDiscursos contra-hegemônicos
dc.titleAs dimensões da modernidade e suas contradições : os melhoramentos urbanos e os discursos contra-hegemônicos presentes na cidade do Rio de Janeiro do início do século XX
dc.title.alternativeThe dimensions of modernity and its contradictions: urban improvements and counter-hegemonic discourses in the city of Rio de Janeiro at the beginning of the 20th century
dc.typeTese

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