Cultura, identidade e políticas culturais: um estudo do Brasil contemporâneo por meio da retrotopia
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Resumo
Em 1986, perguntaram a Celso Furtado, como ministro da cultura do Brasil, país que se recompunha do regime militar, se é necessário um ministério da cultura em um país que passa fome. Essa pergunta enseja, por sua vez, uma outra reflexão: para que serve a cultura? Este estudo, de abordagem qualitativa, exploratória e descritiva, sustentada por meio de pesquisa documental, se utiliza dos conceitos de retrotopia (evocação de um passado mítico compreendido como glorioso ou busca da utopia no passado), na perspectiva de Bauman (2017); da Teoria do Sentido de Jörn Rüsen (2014), bem como dos conceitos de Memória Social, Cultura e Identidade pautados em Halbwachs (1990) e Joel Candau (2014). Propõe-se refletir sobre o modelo civilizatório adotado pelo governo brasileiro que atuou de 2019 a 2022 por meio das políticas culturais, na tentativa de responder à pergunta feita para Furtado. A cultura não só é importante, como é ela que nos dá a base para pensarmos sobre o que somos e o que poderemos vir a ser; mas para isso, ela não pode ter montagens conceituais fora das raízes de nossa história. Infelizmente, com raros períodos de exceção, é isso que temos assistido até então.