Aplicação das técnicas de PCR, micronúcleo e espectroscopia FT-IR no diagnóstico do HPV na prevenção do câncer cervical

Data

2020-02-28

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O câncer de colo de útero é considerado o terceiro tumor mais frequente e a segunda causa de mortalidade de mulheres no Brasil, sendo considerado um problema de saúde pública. A infecção pelo Papilomavírus Humano (HPV) é um dos principais fatores de risco que contribui para o desenvolvimento desta neoplasia. O principal método para o diagnóstico é a análise citológica pelo exame de Papanicolaou, mas a alta taxa de casos falso-negativos inviabiliza uma avaliação adequada, sendo importante o uso de técnicas auxiliares de detecção do HPV e, consequentemente, no diagnóstico desta doença. Este estudo teve como objetivo avaliar a eficácia, aplicabilidade, sensibilidade e especificidade dos métodos alternativos para a detecção do HPV na prevenção do câncer cervical. As técnicas MN e FT-IR são indiretas, mas podem fornecer resultados úteis na detecção do HPV em pacientes submetidas ao exame citopatológico. As amostras de fluido cervical foram obtidas de 50 pacientes com citológica normal, posteriormente analisada pela PCR, teste de MN e análise de FT-IR. A análise molecular consistiu de extração do DNA das amostras endocervicais pelo protocolo QIAamp® Virus Spin kit (Qiagen), seguida da realização da PCR do gene viral L1 utilizandose os iniciadores MY09 e MY11. As amostras foram divididas com base nos resultados da PCR em dois grupos, HPV positivo (sete amostras) e HPV negativo (43 amostras). As análises dos testes de MN das amostras ectocervicais foram realizadas pelas leituras das frequências absoluta (N) e relativa (%), obtidas as médias, desvios padrões e analisadas pelos testes Shapiro-Wilk, Mann-Whitney e Qui-quadrado (X2). As análises de FT-IR das amostras endocervicais foram realizadas no equipamento Spectrum 400. A partir da matriz de covariância foram obtidos os componentes principais (PCs), e por meio das análises discriminantes linear e quadrática, supervisionada pelos resultados da PCR (grupos HPVpositivo e HPV negativo), foram calculados os valores de sensibilidade e especificidade. Os resultados das análises de PCR das 50 amostras permitiram validar 43 exames citológicos, mas sete amostras de resultado citológico negativo estavam infectadas pelo HPV. Os testes de MN mostraram maiores frequências de MN em amostras com HPV positivo, fatores relacionados a idade, ao abortamento e o uso de bebidas alcoólicas. Os espectros de análise FT-IR mostraram variações nas bandas de DNA e proteínas em amostras com alta frequência de MN, provavelmente devido à presença de histonas nucleossômicas e DNA que formam o MN. A análise dos componentes principais dos espectros de FT-IR não foi capaz de separar eficientemente as amostras HPV positivas das HPV negativas, mostrando-se inespecífico para diagnosticar o vírus. Assim, com a realização do estudo observou-se que a técnica de PCR pode ser considerada padrão ouro para a detecção do HPV por sua alta sensibilidade, que o aumento da frequência de MN observado neste estudo em amostras infectadas pelo HPV, pode ser devido à instabilidade genômica, causada pela presença do vírus, e que, apesar da espectroscopia FT-IR apresentar grande potencial, por ser um teste de alta sensibilidade e especificidade no rastreamento do câncer cervical, neste estudo não demonstrou ser eficiente na discriminação de amostras infectadas pelo HPV. Dessa forma, enfatiza-se que, estudos adicionais devem ser conduzidos para a aplicação da espectroscopia FT-IR e o teste de MN no diagnóstico da infecção pelo HPV e consequente aplicação na prevenção de câncer cervical.


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