A representação étnica das mulheres negras na Umbanda e no Candomblé no município de São José dos Campos - SP

As religiões de matriz africana, assim como a cultura afrodescendente, enfrentaram historicamente inúmeras represálias decorrentes do colonialismo e do processo de embranquecimento. Para compreender a existência das mulheres negras na sociedade, é essencial refletir sobre as formas de apagamento que permeiam suas trajetórias. Nesse sentido, investigar a representatividade dessas mulheres nos terreiros de Umbanda e Candomblé permite analisar como constroem suas identidades e ocupam esses espaços, contribuindo para a valorização de suas experiências e para a compreensão das dinâmicas socioculturais que envolvem esses territórios. O estudo associou a revisão bibliográfica sobre a temática à coleta de dados em campo, utilizando uma metodologia qualitativa no perímetro delimitado pelas regiões Leste, Norte e Sul do município de São José dos Campos – SP. A pesquisa inclui entrevistas com frequentadoras, além de um mapeamento dos terreiros presentes na região, contribuindo para o entendimento da territorialidade e das relações sociais nesses espaços. Ao discutir a representatividade das mulheres negras e analisar também as experiências de mulheres de outras etnias, busca-se evidenciar como o racismo estrutural influencia na tentativa de apagamento histórico- cultural da ancestralidade africana. Dessa forma, o estudo pretende ampliar o debate acadêmico sobre religiosidade, identidade e resistência, fortalecendo a visibilidade das práticas e vivências das mulheres nos terreiros de matrizes africanas.